Um argumento comum que se usa contra as pessoas que tem alguma religião quando estas se expressão sobre algum assunto é o de que aquela dada posição é “ultrapassada”, “a sociedade esta em constante evolução”,et cetera.

Aqui alertarei sobre os perigos desta linha raciocínio.

A princípio seria suficiente apresentar usar o clássico argumento lógico sobre a existência da verdade, demonstrado abaixo, mas ao longo do texto eu darei exemplos mais robustos. Considere,

Afirmativa A: A verdade não existe.

Consequência de A ser verdadeira: A afirmativa A também não é verdade.

Conclusão: A verdade existe.

Simples de mais. Tão simples que não convence quase ninguém.

Vamos partir para uma situação real. Considere dois carros em um pista. O carro A esta a 80 km/h e o carro B esta a 100 km/h ambas as velocidades medidas pelos velocímetros dos próprios carros. Os dois correm com a mesma direção e sentido mas estão em pistas paralelas. Digamos que o motorista do carro A tenha em mãos um medidor de velocidade a laser. Ele então usa o medidor para medir a velocidade do carro B. Com isso descobre que o carro B está a 20 km/h.

Pergunta-se qual a verdadeira velocidade do carro B? 100 km/h ou 20 km/h?

Nenhuma as duas estão corretas. Não faz sentido dizer que uma esteja mais correta que a outra. Alguém poderia contra argumenta dizendo: “mas não é possível que o carro possua duas velocidade ao mesmo tempo”, “poderíamos saber a velocidade verdadeira se o carro colidisse contra uma árvore na estra, pois os resultado de uma colisão contra uma árvore a 100 km/h ou a 20 km/h são diferentes, e portanto, como o observado na prática seria a da colisão mais violenta, conclui-se que a velocidade verdadeira é a de 100 km/h.”

Esse pensamento esta errado. Primeiramente, o carro não possui duas velocidade simultaneamente, o que muda é a capacidade do observador de medir essa velocidade. É verdade que as consequências de uma colisão a 20 km/h é diferente das consequências de uma colisão a 100 km/h. Mas a aparente diferença de resultados pós-colisão se faz perceber quando consideramos que no referência do carro A a árvore esta em movimento a 80 km/h, e portanto, a velocidade relativa da colisão do carro B com a árvore continua sendo os mesmo 100 km/h.

Da mesma forma, o argumento de que “não podemos tomar uma decisão do presente baseados em uma régua do passado”, também é falso. Pois, a realidade não esta limita a nossa capacidade de percebe-la. Ela existe independentemente de eu observar ou não.

Para citar mais um exemplo, há algum tempo atrás viralizou a foto de um vestido que algumas pessoas viam azul com preto e algumas viam amarelo com branco. Novamente eu repito a verdade existe e é única.

A verdade não esta limitada a minha percepção. Ela existe independentemente de min. Medindo-se o comprimento de onda da luz que é refletida no vestido é possível saber se ele é de fato azul ou amarelo.

E esse mesmo raciocínio também se aplica as verdades da fé. Como disse São Tomaz de Aquino: “Nenhuma verdade da fé pode contradizer uma verdade natural”. Pois segundo ele, é através da dos sentidos naturais que Deus se faz sentir.

Se uma verdade de fé, contradiz uma verdade natural, então ela nunca foi um verdade e precisa ser reinterpretada.

Falando de maneira mais objetiva, vários dogmas da fé cristã são relativizados em nome do “progresso modernista”. Como o aborto, o casamento de pessoas do mesmo sexo, et cetera. Essa seria uma “régua antiga”. Porém, como o exemplo do carro demonstra, não importa que “régua” (referencial) você use, desde que lembre-se de adotar a mesma “régua” para todo o sistema. Afinal. não é a “régua” que produz o resultado final, ela apenas o mensurá.

As leis jurídicas normalmente reproduzem os códigos morais largamente aceitos pela maioria de um povo. Seria um erro, por exemplo, usar uma constituinte de 1000 anos atrás para julgar um caso de hoje? Seria errado usar usar a lei do “olho por olho, dente por dente”? Na verdade isso não importa, desde que ao aplicar a lei, seu objetivo seja atingido (neste caso, o de inibir atos criminosos antes que estes aconteçam).

Resumindo: a “régua” usada não importa, desde que, a dor na mão da criança mal comportada seja a mesma.

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