O livre mercado ainda é o modelo econômico mais eficiente que temos a disposição. Todos os demais modelos como o modelo socialista e o modelo comunista se mostraram menos eficientes na área econômica.

A presença de um Estado forte e detentor do monopólio dos meios de produção se mostrou um desastre econômico como aconteceu várias vezes ao longo da história e hoje acontece na Coreia do Norte e na Venezuela. Sem concorrência e com um mercado consumir sem opções, as empresas estatais não sentem a mesma pressão pelo aprimoramento de sua eficiência, em comparação com as empresas estrangeiras. Tanto nos países que adotaram o socialismo ou o comunismo, os que conseguiram alguma prosperidade econômica tiveram que aceitar algumas das ideais do capitalismo de livre mercado como: o lucro, propriedade privada, juros, etc.

O livre mercado (quando saudável) é a melhor força motriz da inovação cultural, científica e tecnológica. A competição entre concorrentes faz com que os empreendedores busquem criar o melhor produto (ou serviço) com o menor custo possível, visando o maior lucro. É graças a livre iniciativa de empreendedores que empresas de economia mista como o banco do brasil e a caixa econômica estão se vendo obrigadas a se modernizar (veja aqui e aqui) para não serem deixadas para trás, mesmo com todos os benefícios e proteções concedidas pelo Estado (uma vez que são empresas de economia mista).

Apesar de todo o progresso que o livre mercado pode alcançar, existe uma série de vícios que podem ser tão danosos ou até mais do que os modelos econômicos que adotam um Estado forte e intervencionistas. Abaixo eu cito alguns destes problemas.

Um destes vícios que surgem em um livre mercado são os monopólios. O monopólio acontece quando uma única empresa detém todo (ou praticamente todo) o mercado de um determinado produto ou serviço. O problema com monopólios é que devido a falta de concorrência, a empresa pode escolher livremente o valor do bem comercializado. É importante dizer que mesmo um monopólio esta sujeito a lei da oferta da procura, porém em um monopólio não há a preocupação com a concorrência. Imagine por exemplo tentar criar um buscador para competir com o google. Uma grande empresa acaba por impedir o surgimento de concorrências, “naturalmente”, mesmo que não adote praticas monopolistas em sua cartilha (como comprar ou sufocar concorrentes).

Recentemente, (veja aqui) o Facebook foi acusado de ser um monopólio pela compra do WhatsApp e Instagram configurando pratica anticompetitiva segundo os acusadores. Até o momento em que este artigo esta sendo escrito (janeiro de 2021) o Estado brasileiro tem várias empresas configurando monopólio, entre elas os Correios e a Petrobras.

Outro grande problema que podem surgir em decorrência do livre mercado é a criação e manipulação de agências reguladoras. Algumas empresas manipulam, corrompem e até incentivam a criação de agências reguladoras governamentais. Por exemplo, um fabricante de cigarro pode financiar pesquisas científicas para que sejam publicadas matérias sobre os malefícios de algum produto químico usado pelo seu concorrente, estimulando assim que alguma agência sanitária proíba aquele determinado produto prejudicando seu concorrente. Este é um claro caso de concorrência desvirtuada que gera efeitos opostos aos dos prometidos pelo livre mercado. Outra forma de manipulação das agências reguladoras está em contratar, para a empresa, familiares de parentes de agência reguladoras. Assim, por exemplo, um fiscal do governo pensará duas vezes antes de multar a empresa em que seus filhos, amigos e parentes trabalham.

Os defensores de um estado forte e interventor apontam estes e outros problemas para justificar suas crenças. Sobre essa solução socialista, o papa Leão XIII responde em sua encíclica (leia a integra aqui):

“…Mas semelhante teoria, longe de ser capaz de pôr termo ao conflito, prejudicaria o operário se fosse posta em prática. Pelo contrário, é sumamente injusta, por violar os direitos legítimos dos proprietários, viciar as funções do Estado e tender para a subversão completa do edifício social.”

Papa Leão XIII

Há ainda o caso de algumas empresas que adotam políticas predatórias. Por exemplo, é comum algumas empresas venderem produtos a baixo do preço de custo para poder dominar o mercado e levar a falência toda a sua concorrência. E, uma vez livre de concorrência, essas empresas aumentam seus preços indiscriminadamente pois os consumidores não tem outra opção. Considere, por exemplo, tentar criar uma empresa de mouses para competir com os mouses vendidos pela china por R$ 3,90. Outro exemplo de modelo predatório no mercado se dá quando um bem ou serviço é dado a um preço muito baixo ou mesmo de graça para depois cobrar mais caro em outro produto que complementa o primeiro. Considere o exemplo hipotético do vendedor de pipoca (salgada) que dá pipoca de graça, mas cobra 5 reais no copo de água.

Como uma pequena indústria pode competir com indústrias gigantes e que adotam tantas práticas ludibriosas? Em muitos países a resposta veio pela tarifação de produtos importados ou pelo subsídios concedidos à certos setores da indústria. Toda proteção desprotege. Se com o livre mercado é difícil, sem ele fica mais difícil ainda. Os países que adotaram excessivas medidas para proteger as indústrias nacionais, acabaram por ter, a longo prazo, um parque industrial incapaz de competir internacionalmente.

Conclusão

Apesar de tudo o que foi dito, o livre mercado ainda é o modelo econômico com a maior capacidade de inibir a pobreza e a fome, quando comparado com todos os demais. No entanto, nada é tão bom que não possa ser melhorado. O desvirtuamento é a causa dos problemas aqui citados. A separação entre a economia e a moralidade, consequência direta da separação entre o estado e a igreja pós revolução francesa nos trouxe a essa posição desconfortável em que nos encontramos.

O livre mercado saudável tende a eliminar naturalmente produtos e serviços ruins e que não atendem a necessidade dos consumidores. Mas, quando a arte de enganar ou equivalentemente, com as palavras dos ganhadores do prêmio Nobel em ciências econômicas George Akerlof e Robert Shiller, “a pescaria de tolos”, (veja o livro Pescando Tolos), atinge um nível em que os consumidores (ou mesmo o Estado) não conseguem perceber que estão sendo enganados, então o livre mercado acaba criando falsos campeões que são praticamente imbatíveis.

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