A estrela de Davi é um símbolo reconhecido quase universalmente associado à comunidade judaica da mesma forma que a cruz está associada aos cristãos. Mas, o símbolo da estrela de Davi tem diferentes significados em diferentes culturas. E é sobre esses significados que irei falar neste texto. Não pretendo discorrer sobre os motivos históricos do símbolo ser usado para cada cultura, pois séria uma história longa de mais.
Geometricamente, a figura é um hexagrama regular – constituída por dois triângulos equiláteros sobrepostos de maneira que cada vértice de um triângulo cruza uma aresta do outro.
O hexagrama regular não é um símbolo criado pelo judeus. Na verdade ele já existia muito antes dos povos judeus o usarem. Muitas culturas deram diferentes usos e significados ao desenho. Até mesmo comunidades cristãs primitivas usavam o símbolo em ornamentações de capelas e igrejas.
No judaísmo

Há histórias que dizem que o rei Davi pintava o símbolo nos escudos dos soldados para lhes conferir uma proteção especial. Outros dizem que era o formato em que os escudos do rei Salomão eram confeccionados para economizar metal. Seja como for, a expressão “escudo de Davi” é usado como um título para o Deus de Israel. O símbolo está na bandeira do estado de Israel, em azul sobre um fundo branco.
A presença do símbolo em sinagogas são encontradas desde pelo menos o século III, possivelmente como uma decoração. O símbolo também aparece em algumas lápides também do mesmo período.
No hinduísmo
Na cultura hinduísta, o hexagrama é um tipo de mandala (uma representação geométrica entre o natural e o transcendental). Mandalas são usados como um instrumento de orientação espiritual, geralmente ajudando a focar a atenção e auxiliar na meditação dos adeptos.
O hexagrama pode ser encontrado em antigos templos hindus no sul da Índia. Representa o estado de equilíbrio meditativo alcançado entre o homem e Deus.
O hexagrama é visto como sendo formado por dois triângulos, um apontando para cima e o outro para baixo. O triângulo apontado para baixo representa a feminilidade e o apontado para cima representa a masculinidade. A ligação entre os dois triângulos representa a criação, a únião divina entre macho e fêmea. O símbolo também é usado para representar o Deus da guerra hindu Kartikeya (repare que ele possui seis faces).

No Budismo
No budismo o símbolo aparece associado ao chakra cardíaco (Anahata). Este é relacionado ao equilíbrio, a calma e a serenidade; além de envolver algumas emoções como compaixão, ternura, amor incondicional, entre outras. Geralmente está inserido em uma flor de lótus com doze pétalas.

No Islamismo
Na literatura árabe medieval o hexagrama regular é conhecido como Selo de Salomão entre os mulçumanos. Alguns povos árabes medievais chegaram a usar o símbolo em suas bandeiras e ainda hoje pode ser encontrada em muitas mesquitas.


Em grupos esotéricos
Muito grupos em diferentes períodos da história usaram a estrela de Davi para muitos propósitos diferentes. Entre eles a Sociedade Teosófica que o usava juntamente com outros símbolos como a chave da vida, a suástica e o ouroboros.

No ocultismo
Aqui o hexagrama é mais conhecido como Selo de Salomão. Esta relacionado ao número sete por ser associado aos setes planetas que eram conhecidos até então. É relacionado também à perfeição, como uma representação do divino.
Foi (é?) usado em rituais de magia e em cerimoniais de conjuração de espíritos e/ou forças não naturais. Geralmente é usado como um tipo de amuleto (ou talismã).
Na alquimia
Os triângulos que formam o hexagrama representam a reconciliação dos oposto como a água e o fogo. Corresponde ao éter, ou seja, a quintessência (o quinto elemento).

Por fim, as histórias envolvendo o hexagrama são muitas e o que esta aqui escrito representa uma fração insignificante do todo.
Crédito da capa: Imagem de Mauistik por Pixabay
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